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Kl Jay na Batida vol 2. No quarto sozinho. Análise
Kl Jay na Batida vol 2. No quarto sozinho. Análise

Salve! Salve! ................... Após o período de férias iniciado dias antes do Natal e com término, há poucas semanas do Carnaval, mas já sentindo a alegria e as nuances dos Blocos populares, da maior festa do Brasil. Eis que voltamos.

Na pauta diversos trabalhos para serem analisados e dissecados por este que vos escreve, porém, o critério usado é o quesito “divulgação”, já que o disco escolhido peca somente por esse item, por isso mesmo o motivo da escola pela análise, mesmo ele tendo sido lançado no mercado há alguns poucos meses.

Dado a excelência do Kl Jay na Batida Volume 2, após um hiato de dezessete anos desde o lançamento do clássico e épico Kl Jay na Batida Volume 3, um disco duplo, que marcou época, empacando vários sucessos em meados do longínquo 2oo1.

Essa continuação decrescente, do três para o dois,  traz mais uma vez a versatilidade de Dj KL Jay, em suas escolhas de “Beats” e seus participantes, dando ênfase as vozes femininas que estão no “Game” do Rap, como nas faixas Resiliência em parceria com Nathy Mc, e na dançante “Tá Patrão”, uma mistura de Funk Ostentação.

 Fazendo brotar batidas de Rap, recheado de atabaques e tambores no melhor estilo “batidão” apresentando Preta Lay com seus versos poderosos, ECOANDO o empoderamento da mulher negras e as escritas feministas, em parceria com Renan Saman e Mc Guime, perfeita para as pistas de dança.

Outra participação feminina que merece destaque é a ótima “Tudo por você também (Pt 2)”, no qual o maestro do Racionais Mc´s traz uma junção de seus filhos artistas, na faixa de número 12, apresentado DJ KL Jay e a dinastia Simões Featuring DJ Will (Integrante do grupo 5 pra 1) e sua filha Hanifah, que transita nesta música de maneira suave e doce, ora flertando com o R&B e mostrando em forma de rima, sua visão de mundo.  Por fim, a faixa se encerra com o já consagrado Rapper Xis, sempre afiado em suas crônicas.

Pois se trata de uma continuação da ótima “Tudo por você também (Pt1)”, feita em 2001, no primeiro disco desta trilogia, essa canção traz um ar nostálgico, por conta do  “sample” magistral da banda Champaing e da riqueza lírica impressa  junto ao tema abordado, refletindo sobre o cotidiano de uma família negra em um pais tão injusto, racista, preconceituoso e desigual como o Brasil.  Podendo ser considerada sem sombras de dúvidas, umas das melhores faixas do álbum.  

Merece também um destaque mais que especial, a música “Ambição”, com participações de Edy Rock, Ricon Sapiência, indo em uma linha de rima aguçadíssima e um “Flow” louco, com toda sua particularidade, baseada em sua ancestralidade e o seu afro centrismo, juntamente o talentoso Renan Samam rimando e fazendo “Back vocals”, no melhor estilo de Anthony Hamilton.

 

O interior Paulista mostra sua cara na faixa “É uma guerra”, trazendo o bom grupo X da Questão, diretamente da cidade de Sorocaba, nos presenteando com uma letra bem reflexiva sobre os mais diversos comportamentos e as neuroses cotidianas, que afligem o ser humano, na sua correria diária. Simplesmente nota mil, uma das minhas preferidas.

Continuamos essa degustação sonora, trazendo toda a vibração, com uma construção rimatica acima da média, nas vozes do monstruoso Kamau, faixa no qual Kl Jay, comprova todo seu talento com os inúmeros “Scrtachers e colagens”, esbanjando minimamente sua capacidade como maestro dos toca discos.

“Volto de Bonde” com esse título, Akira Presidente, surge no melhor estilo “Crunk”, com ótima produção de Kl Jay, demonstrando estar sintonizado no estilo de Rap que rola mundo afora, nos trazendo um “beat” alucinante, perfeito para as pistas e a zoação das festas “Blacks”. Uma sintonia perfeita entre o Mc e seu Beatmaker.

Já a Faixa Título “No quarto sozinho”, de cunho extremamente intimista, traz mais um rapper carioca a exemplo do já aqui citado Akira Presidente, desta Vez Aori, vai rimando em um dueto com Kl Jay, em uma espécie de conversa confessional, relatando as particularidades de ambos, quando estão sozinhos em seus respectivos quartos com sua habitual privacidade, deixando transparecer um lado mais espiritual inclusive.

E para finalizar surge a faixa “Estamos Vivos”, tema ou clichê adotado por Kl Jay, que viralizou e se tornou nome de seu programa em um canal no Youtube e nas vozes de outros artistas. Nesse caso a composição descreve em forma cronológica a construção histórica do Hip Hop em âmbito mundial e também aqui no BRASIL, dando ênfase a disporá negra, mas ignorando a participação da comunidade latina, na construção e fundação dos elementos (Break e grafite), um deslize em meu modesto ponto de vista, que poderia ser evitado.

 Em contrapartida os rappers participantes Zlca, Fatho e Emy Jota transcorrem muito bem na letra, nos dando a importância o quão essa Cultura está calcada nos grandes centros urbanos, que deixou há tempos o Gueto, para se solidificar junto ao “STABILICHIMENT e o Mainstream”.

Segue o Link para audição do Disco : https://www.youtube.com/watch?v=tI84JL0e9h4

Então é isso! Até e axé! Persistam no bem!