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Análise disco do Sistema Negro Atividade.
Análise disco do Sistema Negro Atividade.

Após um hiato de quase doze anos, após o último álbum cheio, o lendário grupo de Campinas, (minha quebra) volta à cena musical, com sua formação clássica e inicial com: Kid Nice, Doctor x e Eazy Down, com exceção de Master Jay, que foi substituído inicialmente pelo Dj W Sigilo e agora segue nas mãos do Dj e produtor Piá, figura carimbada nas noites campineiras, para todos aqueles seguidores e amantes da Black Music.

O grupo neste trabalho que levou aproximadamente dois anos para ficar pronto, demonstra um certo rejuvenescimento e amadurecimento em sua proposta de trabalho, visando alcançar um público mais jovem e uma parcela maior de fãs, indo na contramão dos anos 90, na qual muitas pessoas esperavam. Por outro lado, deve ser reconhecido a coragem do grupo em sair de zona de conforto e fazer um disco ás voltas com o “Trap” e outros estilos, que dão as cartas no momento na cena mundial.

Acompanhando esta contemporaneidade o Sistema Negro vem em busca das de cem. Vale ressaltar a qualidade da mixagem e masterização feita na Califórnia, (Brenda Duffey áudio) elevando o padrão para audição. Para os fãs e o público em geral, eu alerto que este trabalho está disponível nas plataformas #onepmbr e #itunes.

 Destacaremos aqui algumas músicas e composições, a começar pela boa “ Vem com as de 100”,  no melhor estilo de Travis Scott, se aproveitando de uma temática sempre atual, fazer “grana”, o grupo tira onda com vocais distorcidos, inspirados no já consagrado AUTOTUNE. FIcando  a vontade para discorrer sobre o tema. Com ótimo refrão e participação de Costa Gold, a música merece créditos pela junção entre os representantes da velha e da nova escola, consequentemente. Créditos pela produção de Dj Piá e W Sigilo.

Destaco também a ótima faixa “Festa na Favela”, no qual já está tocando de montão nas pistas e bailes blacks Brasil a fora. Com batidas quentes e modernas, é um belo convite para bailar, com um bom “flow”, traz um refrão envolvente. Contendo a participação mais que especial do multifuncional e "Workaholic" Rappin Hood, já conhecido do grande público.

Nesta ordem, sigo com a boa “Tamo no Game” com participação do grande campeão do DMC Dj, campeonato equivalente a Copa do mundo de Disc jóqueis Eric Jay. Um autêntico Trap, com timbres semelhantes aos estadunidenses A$ap Ferg, A$ap Rock, etc. Com levadas pesadas e muito expressivas.

Bang Bang faixa com a participação marcante de Sandrão do Rzo, moderna e agressiva, a letra discorre sobre o genocídio da população preta e pobre do país, em particular pelas ruas do interior do paulista. Demonstrando toda criatividade de Doctor X, endossando como sua volta foi preponderante para enriquecer as temáticas e influências do grupo.

Entre outras faixas de destaque está a “Convocados”, feita especialmente e sobre medida contra o racismo secular no Brasil, abordando inteligentemente o fatídico episódio ocorrido com o Goleiro Aranha no jogo entre Grêmio e Santos, em Porto Alegre.  Música esta candidatíssima a estourar, contando com Pop Black do grupo Inquérito e coletivo BFP na produção. E assinando o Backing vocal Doctor X, ALTERNANDO seu talento nato, entre rimas e vocais. Empregando o “sample” da bela  Magnus Carlsem, do The Game em parceria com Anderson Paak.

"Era pra ser", emocionante letra, baseada em mais um conto real, seguindo minuciosamente e cirurgicamente a trama e os fatos apresentados. Com ótima base, bom “sample”, de longe é a melhor faixa do disco, trazendo Doctor X em grande forma, lembrando os tempos áureos de discos anteriores do Sistema Negro e seu projeto gospel Poetas Modernos.   

Na monstruosa e pesada faixa “Nóis contra nóis”, o grupo assim como o convidado de honra Nocivo Shomon, dão um show nas levadas, em especial o vocalista Eazy Down, que com seu jeito único e preciso de cantar, demostra toda sua versatilidade. Assim como o Kid Nice, com sua voz grave, acentuada e expressiva, aplicando vários ponchlines (frases de efeito) em todos aqueles hiphopers e Mc´s desrespeitadores com a velha, assim como a nova escola.

Exigindo postura, atitude e respeito para com todos(as),

aqueles que asfaltaram o caminho para os novos rimadores chegar. União é necessário acima de tudo!

O disco ainda contém outras boas músicas, como a “O time trabalha” comparticipação de Mv Bill, “VAZA“contendo participação dos talentoso Spinard do Haikaiss e “Pulso Firme”, rompendo com a monotemática  repetitiva, adotada em alguns sons e letras. Lembrando da errata de Paulo Brown, na faixa incidental, dando créditos a clássica “Cada por um si” (https://www.youtube.com/watch?v=SUA1jYI9OW8) CONCORRENTE ao prêmio de melhor vídeo clipe de Rap Nacional no ano de 1995 na MTV BRASIL, ao primeiro disco solo do grupo CHAMADO “Ponto de vista”, sendo que o correto é o disco Bem vindos ao Inferno DE 1994.

Gostaria de parabenizar o "Wu" e seu estúdio Mv Rap, assim como o Dj Piá, pelas produções e também os demais integrantes do grupo. Lembrando que o ponta pé inicial deste trabalho foi dado no vídeo clip C.A.M.P.T.ON : https://www.youtube.com/watch?v=-o2UFf23uo8. Com produção de "Henrique Art e Luciano Alves" da Dammalok.

Então é isso. Até e axé! Persistam no bem. Boa leitura!